09 abril 2008

Não.
Ninguém se importa com qualquer coisa.
Rasteje ou corra.
Ou permaneça.
A não ser uma coisa muito importante:
A própria barriga!
Grande barriga carregada de gordura,
de fezes,
de pelos nus.
Nem a defecação da nojeira estagnada
é tão nojenta quanto a verdade.
Nojenta e dolorosa verdade -
Somos todos egoístas.
Eu, você.
Hoje e amanhã.
Cada vez mais.
Iludidos com a inocente
razão da noite que acaba.
Do vento que sopra.
como o que dizem os mais velhos - minuano.
Ano após ano
tento abarcar mais do que minhas mãos podem.
Zelig desprovido...
E um pouco resolvido,
a ficar só.
Antes egoísta só
do que mentiroso acompanhado.
Havias me dito.
Não acreditei,
Machuquei os outros.
Todos dentro de mim.
E nenhum cabe como a tristeza de hoje
está cabendo.

5 comentários:

Unknown disse...

Se cabe ao peito, tristeza
Cabe a ti, iconstante
carne humana errante
que pelas revoltas preza
e logo que tudo mudar
meia volta ainda
já que toda esfera gira
e o descontentamento não é
tão grande quanto parecia.

gostei muito do blog. :)

Samuca disse...

quem ser maue??

Laura M. disse...

Nice. :)

T disse...

Mauê é uma amiga minha.
Aliás, é uma pessoa muitíssimo inteligente e criteriosa pra essas coisas, meu velho. Sinta-se um privilegiado!

Agora é a minha vez de comentar:
*pigarreios*
Sensasional. O mais legal dos teus textos é que não são meramente descrições das tuas emoções/pensamentos. Eles vão tensionando, criando um nó no peito, se é que tu entende o que eu quero dizer. É como uma música sem refrão! Uma sucessão de acordes que vão se tensionando até a última nota. Tu sabes que a harmonia é tudo, e a tua poesia é perfeitamente (ou bizarramente) harmônica.

Abração!

Unknown disse...

Baita poema!!!