26 dezembro 2008

Essa é de um tempo atrás, outros tempos, outra vida...


TUA PRESENÇA

Acorda, levanta, vê!
O mundo é assim amor.
Esse teu jeito de dizer não,
essa mania de acreditar

Que o doce é bom
mas o amargo te faz respirar.
Me faz crer
que o teu beijo é só ilusão.

Fico pensando em te deixar
sem perceber o mar
o teu olhar

A forma incolor da razão,
da minha certeza de que te ter,
é me perguntar
se a vida é doce ou amarga assim.

É perceber
que sem tua presença não teria dor
nem eu, nem céu, nem mar.

19 dezembro 2008

FORÇAS OCULTAS

Forças ocultas não nos quiseram.
sonhávamos como num filme,
num conto, eu lembro.
Ah, como eu lembro!
Usamos amuletos,
alianças como ninguém havia.
Agora distantes,
tão próximos vivemos - ou tentamos...
Choro sim,
ao escrever,
ao lembrar,
do que éramos e do que seríamos
e principalmente ao sentir essa dor do não.
Ilusão que parecia tão real,
que foi a coisa mais linda que aconteceu.
Guardo essas memórias,
essa vida inteira no meu cofre - sem senha.
Queria esquecer
pra não sofrer...
Mas aí não seria eu.
Aí, não seria mais o meu chapéu.
E como eu gosto do meu chapéu!

20 outubro 2008

27 abril 2008

Esse é um texto que eu copiei da minha amigona Cris Vanuzzi, do perfil dela no orkut...

essa dizem que é do Chico Buarque...

Solidão não é falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...Isso é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...Isso é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...Isso é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que os destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...Isso é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...Isso é circunstância.

Solidão é muito mais do que isto. Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa Alma.

09 abril 2008

Não.
Ninguém se importa com qualquer coisa.
Rasteje ou corra.
Ou permaneça.
A não ser uma coisa muito importante:
A própria barriga!
Grande barriga carregada de gordura,
de fezes,
de pelos nus.
Nem a defecação da nojeira estagnada
é tão nojenta quanto a verdade.
Nojenta e dolorosa verdade -
Somos todos egoístas.
Eu, você.
Hoje e amanhã.
Cada vez mais.
Iludidos com a inocente
razão da noite que acaba.
Do vento que sopra.
como o que dizem os mais velhos - minuano.
Ano após ano
tento abarcar mais do que minhas mãos podem.
Zelig desprovido...
E um pouco resolvido,
a ficar só.
Antes egoísta só
do que mentiroso acompanhado.
Havias me dito.
Não acreditei,
Machuquei os outros.
Todos dentro de mim.
E nenhum cabe como a tristeza de hoje
está cabendo.

04 abril 2008

Ilusão

Por que vieste com esses olhos que sorriem?
Por que sempre acho que as coisas são?
Somos todos iguais,
podres então.
Serão meus olhos que vêem
tua farsa que fere?
Será tua a ilusão do não?
Da crença de um sim
que me acaricia às lágrimas...
Ou apenas a minha pueril vontade de acreditar?
Inocência estúpida e inválida.
Não vejo saída.
Nem vi a entrada.
A cada dia uma batalha.
Navalha fria que corta o ferimento,
ainda aberto e com pus.
Te compus uma canção e não quiseste,
te fiz carinho e sorriste.
Te sorri e me trocaste.
Estou um traste,
ferido,
magoado,
mas em frente...
Sempre em frente.
Vês quem chega?
É o frio, sorrindo.
Já senti o frio antes...

21 março 2008

Não sei. Talvez esse blog tenha sido criado meio sem querer, no ímpeto de me atualizar com esse mundo louco, sei lá. Eu sei que, tão logo ele foi criado, da forma como foi criado e com todo esse clima melancólico, eu comecei a perceber como esse sentimento de tristeza e melancolia do que já foi e até do que poderia ser e nunca será faz parte da minha inspiração, do meu ser. Parece uma chave que consegue abrir portas que eu não conhecia dentro de mim. Mas enfim, acabo de escrever uma poesiazinha bem ao estilo do nome deste blog, que eu acho que será, quiçá, a poesia mais simbólica dele (do blog) e do momento em que me encontro, nestes dias quentes frios, sós...


TUDO ISSO

E o que ficou pra ti de tudo isso?
a lembrança do dia na grama,
o copo de vinho quebrado na mesa,
a esperança de ser diferente?

Volto a ser uno sozinho,
volto a chorar no banheiro,
volto a querer um cigarro,
com filtro branco, entende?

Te vejo nos outros, nas outras.
Nas outras caras felizes, tranquilas,
nas filas de banco,
nos beijos.

Nas horas mais tristes
uma lágrima carregada me cai,
onde antes passavam verdades.
E o que ficou de tudo isso?
O que ficou senão um buraco e memórias,
e alegrias,
e tristezas resolvidas.

Agora, só uma lágrima eu vejo.
Sem cor,
sem força,
sem vontade de ser.
Sem acreditar que um dia caiu
por saber que tinha que esquecer...
e esqueceu.