14 setembro 2005

MEDOS

a vontade de ficar,
o medo de sumir,
pensar em te perder
sem sucumbir

inimigo invisível,
insegurança,
um velho que dança
e me cança de tentar aprender seus passos
descompassados e lentos

um sorriso de escárnio
no canto da boca
de assalto me dá
quando fico preso
inerte
entre meus medos e minhas roupas

quero dizer coisas
quero gritar e ser ouvido
por quem eu amo
por quem eu odeio.
de dia quero dormir,
de noite quero amar,
acordar prum mundo
onde não precise duvidar

aquela dorzinha
lá no fundo do peito,
onde nem sempre é perto,
as vezes talvez no pulmão
as vezes talvez no coração
as vezes talvez não
é cancer certo